A manutenção de custos em patamares elevados no início da safra 2023/24, a queda nos preços da soja no mercado internacional e a redução de produtividade das lavouras vão comprometer a rentabilidade dos produtores da oleaginosa em Mato Grosso. A conta não vai fechar mesmo se a “quebra” na colheita não for tão grande como projetado por algumas consultorias.
O Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) calcula que, de acordo com os dados atuais, são necessárias 65 sacas de soja por hectare apenas para cobrir os custos totais das lavouras, estimado em R$ 7,2 mil por hectare.
O cálculo inclui custos de depreciação, pró-labore, operações mecanizadas, mão de obra, correção de solo, sementes, defensivos, fertilizantes e oportunidade. Na safra passada, a colheita histórica de 62,3 sacas por hectare em média, com receita bruta de R$ 8,4 mil, garantiu lucro ante os gastos equivalentes a 56 sacas por hectare (R$ 7,6 mil). Em 2021/22, com custos bem menores, a rentabilidade foi ainda maior. Naquela temporada, o custo total foi equivalente a 35 sacas de soja por hectare e a colheita alcançou rendimento de 59 sacas por hectare.
Para cobrir despesas gerais da safra, sem considerar gastos com investimentos e arrendamento, por exemplo, são necessárias 50,8 sacas de produtividade nesta safra. O Custo Operacional Efetivo (COE), levantado pelo Imea, também é o maior dos últimos anos. Em 2022/23 foram 46 sacas por hectare, com colheita de 62,3 sacas; em 2021/22 o COE foi de 27,6 sacas ante produção de 59,3 sacas; e em 2020/21 esse custo foi de 30 sacas enquanto as lavouras mato-grossenses renderam 57,4 sacas por hectare.
Comentários: